Para Executivos
Para Jovens
A taxa de desemprego fechou 2016 no seu maior patamar desde 2012, impondo aos trabalhadores uma competição pela manutenção da vaga e conquista de outra. Especialistas acreditam que, nesse momento de crise, é melhor tentar investir mais na sua própria carreira do que tentar outra na qual não se acumulou conhecimentos para concorrer no mercado.
O diretor da empresa de recrutamento Michael Page, André Nolasco, recomenda a decisão bem pensada e não de forma impulsiva. Frisa ainda que a motivação não deve ser apenas a remuneração: É preciso saber se a pessoa quer mudar de carreira de fato ou se é apenas uma insatisfação momentânea.
A mudança de carreira exige sacrifício, seja de ordem financeira ou emocional. Além disso, a remuneração deve ser encarada como consequência e não a causa. As chances de sucesso na nova carreira serão maiores se a decisão tiver em sintonia com o propósito de vida da pessoa.
Rogério Bérgamo, consultor de Remuneração Mercer Consultoria de RH afirma: mudar de carreira talvez não seja uma boa ideia no momento do desemprego.
Na própria área aumentam as vantagens sobre os concorrentes numa atividade que já se domina. Nesse caso, a atualização é imprescindível e novas competências podem surgir sem precisar mudar de área.
Se a decisão for mesmo de mudar de carreira, Nolasco sugere que a nova área de atuação tenha afinidade com a atual. O diretor da Michael Page lembra ainda que, além da preparação técnica, pode ser interessante fazer uma preparação financeira. Dependendo do cargo que a pessoa ocupa, a migração de carreira pode representar uma descida na hierarquia corporativa, o que vai se refletir em salário menor. É interessante fazer um colchão, pois o profissional pode ter que pagar uma espécie de pedágio e ter de se contentar com uma remuneração menor do que a que tinha — alerta Nolasco.
A qualificação é importante para quem procura nova ocupação e para quem não quer perder o emprego. Bérgamo diz que quanto mais qualificado, menos chance de ser demitido. Ele recomenda especialização e cursos de idiomas: Se você está mais qualificado, vai ficar mais seguro.
Maria Candida Baumer de Azevedo, diretora da People & Results, consultoria especializada em carreira e cultura organizacional, lista alguns passos para mudar de profissão.
Ela afirma que um hobby pode se vir a ser uma profissão nova, mas nem sempre é assim. Portanto, é melhor testar antes essa nova atuação;
Se vai fazer um movimento de mudança, veja seus talentos, cheque com as pessoas. Não saia investindo em cursos de formação sem ter certeza.
Por Danielle Nogueira / Cássia Almeida – Janeiro de 2017