Para Executivos
Para Jovens
Mesmo os profissionais mais experientes estão expostos à crise e são alvos de cortes em reestruturações de empresas, devido a seus altos salários. Segundo consultores de carreiras, é difícil encontrar algum profissional que não esteja preocupado com a possibilidade de demissão no momento atual. Algumas atitudes, porém, podem ajudar a proteger o emprego, e a principal delas é gerar mais resultados para a empresa.
O primeiro passo é fazer uma avaliação real do quanto o profissional está contribuindo para o negócio e trabalhar para aumentar esta participação.
“A primeira coisa é ver como você pode gerar ainda mais resultados para fazer com que o seu salário valha a pena para a empresa”. Afirma Caio Arnaes, gerente sênior da divisão de projetos da Robert Half, consultoria de recrutamento e seleção.
Ao contrário do que se pode imaginar, buscar reciclagem profissional em cursos nem sempre é uma boa alternativa. Pois só valerá a pena se o profissional conseguir melhorar o seu desempenho. Se ficar só na teoria, a reciclagem não vai ajudar a proteger o emprego. Outro problema é que fazer uma pós-graduação ou MBA não faz tanta diferença para os profissionais de mais alto nível, pois o que mais conta é a sua experiência no mercado.
“Quanto mais sênior você é, mais você é avaliado pelo mercado nos resultados que você apresenta. Se tem doutorado ou mestrado, isso já não conta tanto”. Afirma o diretor de negócios da consultoria internacional Mercer, Marcelo Ferrari. Para a diretora da People & Results, Maria Cândida Baumer de Azevedo, estar atualizado é importante, mas não é suficiente, principalmente se o profissional não escolher instituições de ensino renomadas.
Para aumentar suas chances de continuar no emprego, outras alternativas são trocar de função, buscar ser mais visto pelos líderes e acumular mais responsabilidades. Segundo Ferrari, o profissional pode tentar assumir cargos mais estratégicos, buscando áreas que são menos sujeitas a cortes. Ele afirma que gerentes ou diretores de áreas de suporte estão mais vulneráveis, enquanto bons vendedores ou executivos que geram resultados na atividade principal da empresa estão menos expostos.
No entanto, este movimento deve ser feito com cautela, pois mudar para uma área desconhecida pode ser uma armadilha. “Só mude de área se você puder ser mais eficiente no novo cargo”, afirma Arnaes, da Robert & Half.
Outra sugestão é assumir mais responsabilidades dentro da empresa. “Se o funcionário se antecipar e passar a ser responsável por dois produtos em vez de um, por exemplo, a chance de ser atingido por um corte é menor”.
O executivo recomenda ainda que o profissional trabalhe para ter visibilidade dentro da empresa e um bom relacionamento com os demais líderes. Para que todos percebam as contribuições que estão sendo feitas. “Muitas vezes a pessoa exerce um trabalho importante mas poucos sabem.”
Neste caso, é importante ter cautela para não parecer que está querendo chamar atenção, por isso Ferrari recomenda o acompanhamento de um coach ou mentor nesta etapa.
Quando as perspectivas dentro da empresa não são animadoras, uma alternativa é procurar emprego em uma organização de outro setor.
Que sofra menos impacto com o desaquecimento econômico, como é o caso do ramo farmacêutico, por exemplo.
Uma boa rede de relacionamentos pode fazer toda a diferença na hora de buscar outro emprego. Mas em vez de enviar currículos de forma aleatória. É mais interessante ativar a rede de contatos por meio de encontros feitos pessoalmente com pessoas já conhecidas.
Segundo Maria Candida, da People & Results, o profissional deve manter uma conversa com as outras pessoas, se preocupando mais em ouvir do que em falar. “O objetivo é restabelecer contato com as pessoas, saber o que elas estão fazendo e se interessar pela história delas. Se a pessoa te contar um desafio e você tiver uma solução para ela, a sua história pode virar assunto”. Em sua visão, é importante perguntar e sugerir soluções antes de pedir qualquer coisa.
Por Natalia Gómez | Para o Valor de São Paulo