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Como identificar potencial de liderança Liderança muitas vezes é tratada como um conceito único, binário. Se isso fosse verdade, teríamos então apenas dois grupos de líderes: os competentes e os incompetentes. Contudo, a verdade é bem diferente disso. Frequentemente encontramos lideranças excelentes para um contexto mas que se mostram terríveis em outro.
Nesse artigo vamos analisar o que chamamos do ‘pretinho básico’, os 5 traços chave que indicam de fato potencial de liderança. Inegavelmente essas são características primárias que todo líder deve ter independente do seu desafio ou senioridade da posição.
Desde o início dos estudos de personalidade x liderança, Gendre, Capel e Oswald identificaram a necessidade de todo líder ter em sua personalidade 5 traços chave. São eles: autonomia, diretividade, dominância, automotivação e estabilidade emocional. Entenda o que significam exatamente e como começar a identifica-los em um profissional.
Autonomia é a capacidade de seguir de forma independente, sem a necessidade constante de ter alguém dando direção. Quanto mais alto se vai na estrutura de liderança, menos existe alguém para dar direção. Conforme o líder evolui pela estrutura organizacional, ele precisa ter condições de definir sozinho o rumo e os caminhos. Certamente a troca com outros profissionais pode e deve ser bem vinda, mas a baixa autonomia gera falta de ação quando há ausência de momentos constantes de troca.
No dia a dia, ao dar novos desafios ao profissional, analise a velocidade de ação e definição de caminho do indivíduo. Esse é um bom primeiro sinal do nível de autonomia.
Diretividade é a capacidade de direcionar pessoas, distribuir papéis, dar direção, indicar caminhos. De certo, quanto mais liderados têm um líder, mais heterogêneas são as pessoas. Se o time todo é composto apenas de profissionais muito autônomos, dar direção é menos necessário, caso contrário, é fundamental fazer isso com naturalidade.
Para identificar o nível de diretividade, entregue uma missão ao eventual líder, onde seja preciso trabalhar com diversas pessoas. Então observe como essa interação acontece, o quanto os papéis são comunicados, compartilhados e coordenados.
Dominância é a naturalidade com que a pessoa toma a frente das situações, capitaneia, assume o leme. O líder retraído, que espera por ordens para se movimentar, no médio prazo gera um vácuo de poder. Em períodos de bonança isso pode ser menos percebido. Entretanto, na escassez ou na crise, a falta de posicionamento gera problemas de inspiração e identidade. Certamente esse é um primeiro passo para o abandono do barco.
Uma boa forma de identificar dominância é a observação da atitude natural do indivíduo frente a uma situação onde é preciso assumir a frente e se posicionar. Independente da ação ser de conciliação ou discordância, quem é dominante se coloca rapidamente. Ou seja, o posicionamento acontece sem esperar que alguém o indague ou escale para um determinado papel ou função.
A automotivação está ligada com ter combustível próprio, o quanto a pessoa encontra em si próprio motivação para seguir, independente do entorno, do contexto, do ambiente ou qualquer outro fator externo. Uma vez que a motivação depende de fatores externos, a pessoa precisa que os outros façam coisas para que ela esteja produtiva. Entretanto, vivemos em um contexto de mudança rápida, os elementos mudam de uma hora pra outra. Com isso a motivação de quem depende de estímulo externo oscila muito. Já quem é intrinsecamente motivado, encontra forças e determinação em si para fazer acontecer, estando menos susceptível aos obstáculos naturais do entorno.
Levando para a prática, observe no seu liderado o quanto ele resolve de fato qualquer problema e traz solução ou se ele justificativa as ineficiências apontando culpados e se colocando como vítima. A atitude frente aos desafios é um bom primeiro sinal da falta ou presença de automotivação.
Ela indica a capacidade real de absorção das oscilações, estresse, pressão do dia a dia, mostra o quanto a instabilidade quotidiana abala o humor, a segurança, auto estima, otimismo e positividade da pessoa. Quanto mais alta a estabilidade emocional, mais a pessoa tem condições de lidar com situações difíceis mantendo o controle. Fique atento aos casos de aparente equilíbrio, onde a instabilidade é velada devido a um alto índice de hipercontrole. De certa forma esses casos são perigosos pois a pessoa implode ao invés de explodir. Apesar de parecer positivo no curto prazo, no longo prazo o hipercontrolado pode esconder uma bomba relógio emocional.
Analise no profissional em questão a forma como ele reage a situações de estresse e desequilíbrio. A reação ponderada e otimista é de fato um bom sinal. A falta de reação é portanto tão perigosa quanto a explosão.
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Publicado em Março de 2019