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A gestão por fortalezas é essencial tanto para os profissionais quanto para as organizações. Ela é crucial para a escolha da profissão, para cuidar e alavancar a carreira e em situações de seleção, promoção e sucessão.
Mas o que são fortalezas? Como saber quais são e como fazer a gestão delas? Além dela, o que fazer com as fraquezas?
Continue lendo esse artigo e descubra as respostas para todas essas perguntas e inicie hoje a gestão por fortalezas!
Para entender a gestão por fortalezas é necessário primeiro entender o que é personalidade e conhecer sobre o estudo feito pelo Instituto Gallup com a Universidade de Nebraska, o qual descobriu o conceito, e seu resultado.
A personalidade é o nosso automático, nossa essência, o que fazemos de forma natural, sem pensar, é o intuitivo, o espontâneo.
Formada na primeira infância, até os 2, 7 ou 14 anos, dependendo da linha de pesquisa, a personalidade, segundo Holland, é fruto da genética, das experiências nessa fase da vida e a influência das figuras parentais. Assim, uma vez formada, exceto em casos de trauma, a personalidade dificilmente muda. Toda vez que a situação requer que sejamos nós mesmos, o que significa usar a nossa personalidade sem filtros, nadamos a favor da correnteza.
Enquanto a personalidade é estável, o que muda são os comportamentos que vamos adaptando ao longo da vida para conviver melhor em sociedade. Quando isso significa ajustar a nossa natureza, nós vivemos personagens. Fazer isso durante meia hora por dia exige algum esforço, mas tolerável, em especial, se temos um objetivo por trás. O problema começa quando ficamos nesse papel o dia todo, o que se torna nocivo e insustentável no longo prazo, para sua saúde física e mental.
A descoberta do poder e importância da gestão por fortalezas foi consequência de uma demanda da Secretaria de Educação de Nebraska. O plano era aumentar a capacidade de leitura dos alunos, como forma de aumentar sua qualificação profissional e com isso contribuir para o crescimento econômico da região. A forma encontrada para fazer isso foi introduzir em todas as escolas públicas a disciplina de leitura dinâmica como obrigatória. Eles pensavam que que lendo melhor e mais rápido o ganho do aprendizado seria muito relevante. Então, depois de identificar 3 técnicas de leitura dinâmica disponíveis, a Secretaria encomendou à Universidade de Nebraska uma avaliação para apontar qual das 3 técnicas seria a mais efetiva.
O estudo teve duração de 3 anos e a participação de 6 mil alunos. A universidade separou os participantes em grupos, onde cada um utilizava uma das 3 técnicas de leitura dinâmica e mediu quantas palavras cada um lia por minuto, pré e pós curso.
Antes do curso, o grupo com velocidade média de leitura lia 90 palavras por minuto. Já o grupo acima da velocidade média lia 350 palavras por minuto.
Após os 3 anos de estudos os resultados trouxeram uma grande surpresa. O grupo com 90 palavras por minuto, passou a ler 150 palavras, uma evolução de 67%. Já o grupo de 350 palavras por minuto, passou a ler 2900, o que significa uma melhoria de 729%.
Foi comprovado assim que a evolução da leitura nada teve relação com a técnica utilizada. Mas na verdade, que quando se explora e trabalha as fortalezas, o espaço de evolução é 11 vezes maior.
Para confirmar essa descoberta o Instituto Gallup repetiu o experimento e variações dele com outros temas, chegando nas mesmas proporções.
Para saber se 67% é bom o suficiente, primeiro é preciso saber com qual objetivo será usada essa evolução.
Se alguém é ruim com números, tem essa questão como uma fraqueza, mas insiste em trabalhar como contador, 67% é muito pouco. Isso pois ele vai competir no mesmo mercado que outros profissionais que têm facilidade com números, tendo isso como fortaleza, portanto contando com a possível evolução de até 729%.
Além disso, quem tem a habilidade natural com números tem também o maior espaço para evolução e destaque nela, de forma que a pessoa vai fazer isso muito mais rápido, e com maior facilidade e prazer, pois se trata de algo espontâneo. Enquanto isso, o outro profissional que sofre no mundo dos números, tem uma entrega subótima e um nível de satisfação muito aquém do máximo possível. Ao forçar ser o que ele não é, contrariando sua natureza, a pessoa corre grande riscos de ficar infeliz e isso impactar em sua saúde física, mental e emocional.
Por fim é importante saber que ao colocar alguém que, de forma natural, se encaixa na posição, sem dúvidas essa pessoa absorve com mais eficácia e eficiência os esforços para se desenvolver.
Tendo isso, o que fazer? O ideal seria deixar as fraquezas de lado?
As fraquezas nem sempre precisam ou devem ser deixadas de lado. É o ideal as desenvolver o mínimo necessário para que elas deixem de ser um empecilho. Na prática, enquanto ser contador e odiar a parte financeira é um contra senso, conseguir construir uma planilha, para cuidar de seu orçamento, e ser capaz de conferir seu próprio holerite, são questões básicas no mundo do trabalho.
Todo ser humano é inteligente e aprende, a questão está na facilidade e velocidade de aprendizado de cada um. Estimular a evolução do que é natural leva as pessoas para a evolução plena de seu potencial. Por outro lado, buscar se aprimorar no que é contrário em sua personalidade, resulta em comportamentos adaptados.
Sempre é possível alocar alguém de baixo potencial, ou com personalidade contrária do necessário e investir grandes somas para mudar sua natureza. O grande problema está no resultado, que é sofrível, parcial ou inadequado.
Se você ainda desconhece o seu perfil ou tem dificuldade em fazer o cruzamento dele com as possibilidades, isso precisa mudar o quanto antes. Isso pode ser feito através de um mapeamento de personalidade ou então da Orientação de Carreira.
Publicado em Agosto de 2021.