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Empresas dividem responsabilidade por desenvolvimento profissional

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Ainda que nos últimos anos cada vez mais profissionais tenham se conscientizado de que precisam ser protagonistas das próprias carreiras e responsáveis pelo seu desenvolvimento,
as empresas já perceberam que também ganham ao fazer parte desse processo.

Desse modo, mesmo em tempos de crise e contenção de gastos algumas companhias buscam ir além dos programas tradicionais de treinamento, que apenas procuram enquadrar os funcionários às suas atividades. Tornam-se, assim, parceiras e apoiadoras de estudos individuais, como no caso do MBA, e incentivam o autoconhecimento de seus executivos.

Na outra ponta, espera-se do funcionário o planejamento adequado e uma criteriosa seleção do que fazer para continuar evoluindo no competitivo mundo corporativo. Isso porque as ofertas de MBA no Brasil se proliferaram na última década e, segundo especialistas, demandam um aporte que varia de R$ 40 mil a R$ 100 mil.

De acordo com Maria Candida Baumer de Azevedo, diretora e sócia da People & Results, as escolas de negócios mais tradicionais procuram manter a qualidade, mas outras optaram por volume e escala. “O aluno pode até fazer um MBA razoável, mas se não houver um aprofundamento, vai sair do mesmo jeito que entrou. Essa falha vai ser flagrada no futuro por um bom diretor de RH.”

Em sua opinião, o profissional precisa ter pelo menos dois anos de atividade em uma empresa antes de começar a pensar em fazer um MBA. “É fundamental ter um período mínimo de experiência para absorver melhor os ensinamentos de gestão”, diz.

Para Marcelo Ferrari, diretor de desenvolvimento de mercado da Mercer, o Brasil tem escolas bastante renomadas e cabe ao candidato fazer um levantamento detalhado das opções disponíveis antes de se matricular.

Nem sempre, porém, o MBA é a opção mais indicada. Existem programas de certificação, inclusive gratuitos, bastante valorizados pelas companhias na hora da contratação. “Para cargos de diretoria, gestão e finanças o MBA sempre será bem-vindo. Já em áreas como engenharia, por exemplo, o aperfeiçoamento profissional via cursos de gestão de projetos é bastante desejado”, afirma Isis Borge, da Robert Half.

No nível técnico e intermediário, ganham status programas específicos de formação como o “Green Belt”, que passa por todas as fases do método gerencial, ou o “Six Sigma”, um conjunto de práticas originalmente desenvolvida pela Motorola para melhoria de processos.

Outro modelo bastante difundido nas organizações para qualificar sua força de trabalho são as universidades corporativas, que nasceram de uma demanda das companhias de acertarem o passo entre o desejado desenvolvimento profissional de suas equipes e um processo próprio de expansão. “Quase sempre há interesses diferentes entre um profissional que quer fazer um MBA, e está pensando em sua carreira no longo prazo, e as necessidades imediatas das empresas em sua participação no dia a dia”, afirma Marcos Braga, diretor da Deloitte Educação Empresarial.

De acordo com um levantamento da Deloitte realizado há cerca de dois anos, 28% das empresas entrevistadas contavam com universidade corporativa e dos 72% que ainda não possuíam, 28% tinham a intenção de implementar a ferramenta no futuro.

A fabricante de máquinas e implementos agrícolas John Deere é uma das que já adotaram a prática. Para Carla Avila, gerente de desenvolvimento de lideranças para a América do Sul, o profissional precisa conhecer suas oportunidades e explorá-las. “Temos uma responsabilidade compartilhada para o seu aperfeiçoamento”, diz. Na empresa, isso é colocado em prática por meio do conceito 70x20x10. Nele, 70% do conhecimento é absorvido a partir de experiências próprias, 20% na interação com outras áreas, projetos e fóruns de discussão, e 10% no aprendizado formal.

Como parte de sua estratégia, a John Deere criou a Faculdade Virtual de Liderança dentro de sua universidade corporativa. Em parceria com grandes instituições de ensino no Brasil e no exterior, são oferecidas atividades como cursos, coaching e mentoria para gestores de diversos níveis, desde os que estão fazendo a transição para postos de liderança até diretores no topo da hierarquia.

Por Wanise Ferreira | Para o Valor, de São Paulo – Janeiro de 2016
Fonte: https://valor.globo.com/carreira/recursos-humanos/noticia/2016/01/20/empresas-dividem-responsabilidade-por-desenvolvimento-profissional.ghtml
AUTORA [People ]
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