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Optar por uma segunda atividade profissional só deve acontecer se for fonte de prazer.
Ter mais de uma carreira profissional simultaneamente, como empregado ou empreendedor, é um fenômeno recente e não apenas causado por uma necessidade de aumento de renda, mas, e principalmente, pela vontade de ter fontes diferentes de desafios, aprendizado e relacionamento.
As Carreiras Paralelas independem do tempo dedicado, mas não são um trabalho secundário, menos ainda um hobby.
De acordo com a especialista em cultura organizacional e gestão da mudança, Maria Cândida Baumer de Azevedo, na década de 1990 as empresas, como forma de se adequar ao mundo globalizado, passaram por um processo intenso de fusões e aquisições,enxugamento e reengenharia, processo que acabou por quebrar a lógica padrão de contrato de trabalho vigente. Até então, as pessoas tendiam a ter uma única carreira, em uma única empresa, durante quase toda a vida profissional.
“Com essa mudança as pessoas começaram a se dar conta que precisavam cuidar das próprias carreiras, o risco de perda de emprego passou a ser real, e garantir a própria empregabilidade tornou-se vital. Isso, somado ao advento da internet – onde o acesso à informação torna-se praticamente irrestrito – o profissional, que agora cuida da própria carreira, recebe estímulos tão diversos, que muitas vezes enxerga a carreira única como pouco atraente ou não plenamente satisfatória. É nesse momento que nasce a demanda por carreiras paralelas”, explica a especialista.
Ainda segundo Maria Cândida, ter uma carreira paralela é estimulante e benéfico para o profissional de qualquer área. “Quem tem carreiras paralelas é mais flexível, tem maior capacidade de adaptação, traz contribuições e faz conexões além do tradicional, possui relações complementares e encontra soluções que superam expectativas”, comenta.
Entretanto, a carreira paralela é uma escolha do indivíduo e só deve ser perseguida se for uma fonte de prazer. “Caso contrário, o ônus de ter que equilibrar demandas e realidades diferentes simultaneamente e seus reflexos na qualidade de vida, não compensam”, alerta.
Ao mesmo tempo, essa escolha pode ser vista como uma forma de desenvolvimento de novas competências que agreguem valores para a carreira principal. Embora não exista uma recomendação específica para uma segunda atividade, nesse caso, a carreira mais recomendada varia conforme a competência desejada. “Carreiras artísticas, por exemplo, tendem a desenvolver competências relacionadas à comunicação e criatividade. Já as exatas, reforçam a parte lógica e racional”, avalia.
Publicado em Setembro de 2012|Conexão SEBRAE