Para Executivos
Para Jovens
Em geral, os candidatos ainda possuem grande receio em relação a negociação salarial. Sem saber ao certo se devem fazer, quando, como e com quem deve ser feita essa conversa. Assim, levando os profissionais a desperdiçarem a oportunidade de uma melhoria do pacote de benefícios.
Mas como você se sentiria ao se deitar todas as noites e imaginar o que poderia ser diferente se tivesse tentado uma contraproposta? Em quantos desfechos essa ação poderia ter resultado?
A negociação salarial faz parte do processo seletivo, é prevista e está dentro do cronograma do recrutador. Sabendo agir nessa etapa, o candidato consegue chegar a um acordo, de forma que as duas partes saiam ganhando.
Negociar a remuneração costuma ser difícil. Um motivo para isso acontecer é pela falta de informação disponível. Os dados são escassos, sigilosos ou e até mesmo genéricos, o candidato fica sem uma base concreta para se respaldar.
Também existe o desequilíbrio entre as partes, candidato e organização. Enquanto o candidato pode estar emocionalmente afetado, por conta de tudo o que aquela vaga representa na vida dele, para a empresa o cenário é diferente. Geralmente a organizações, em especial em tempos de crise, se enxergam em situação de vantagem, por ter outras opções no mercado. E quando a maré inverte, os candidatos costumam ‘aumentar o salto’.
A falta de experiência é um fator que também deixa o processo mais complicado. Como tudo na vida, é preciso praticar para se aperfeiçoar e conseguir negociar o salário de forma simples e natural. Então, é um desafio pelas variáveis envolvidas, singulares em cada processo e por ser um acontecimento mais esporádico. Além disso, o tema ainda é pouco levado a sério, apesar de ter deixado de ser considerado tabu.
Por fim, vale ressaltar o temor ao gestor e a forma como o candidato é visto. Assim, por um lado temos o futuro chefe que é visto como o ‘pai que dá a bronca’. Já por outro se tem o candidato visto como máquina de trabalho. Enxergando apenas seu custo por mês e a sua produção por período.
Com o profissional em papel de desvantagem, o que fazer nesse cenário?
1. Quer esse trabalho de verdade? Só negocie se quiser a vaga. Economize o seu tempo e energia, assim como o tempo do recrutador. Isso denota respeito.
2. Tem outras alternativas? Caso contrário, nada de chutar a porta e sair andando, negocie.
3. O salário proposto está abaixo do que o mercado paga nessa posição? Pesquise a média de mercado para ter referência. Use fontes de informação como o Salário BR e o Glassdoor, comparando a média de mercado com os salários indicados sobre a posição na empresa alvo.
Pedir para pensar é de graça! Você não precisa aceitar, nem rebater a primeira proposta logo de cara. Assim, o melhor é analisar toda a situação com cautela, para evitar arrependimentos. Então, sem medo, solicite esse período para que você possa decidir e se preparar objetivamente para a negociação.
A negociação vai além da sua pretensão salarial. Também devem ser colocados em pauta os bônus, progressão futura, benefícios, carro, housing fees, treinamentos e experiências. Seja pé no chão! Faça uma proposta possível de alcançar. Então gere alternativas no formato “ganha ganha”. Como por exemplo o part time e o home office.
Se for negociar salário, mostre o porquê deve ganhar mais. Inicie perguntando como a empresa chegou ao valor proposto “Estou interessado, acredito que posso contribuir muito para a empresa. Quero entender como você chegou nesse valor de 80”. Tendo respaldo de dados, argumente “Entendo que quando comparado a outras posições onde eu posso contribuir da mesma forma, o retorno seria mais alto. O mercado remunera para uma posição como essa entre 90 e 100”.
Para ter o poder e conseguir seguir firme na negociação caso a primeira investida dê errado, portanto tenha outras propostas na manga. Afinal, sem isso você pode ficar desbalanceado, se deixando levar pela argumentação da empresa.
Por fim, peça como parte do acordo que a proposta aceita seja registrada no papel. Peça um documento por escrito com a discriminação de ganhos futuros e promessas feitas.
Por qual motivo tudo isso é importante? Como já citado nos tópico a acima, existem situações onde, de fato, as condições da vaga são inferiores ao seu ideal. Mas o seu interesse pela posição vai além desses pontos. Então nesses casos é crucial buscar um ponto de equilíbrio onde ambas as partes saiam satisfeitas.
O gestor jamais deve tratar de negociação salarial, nem debater propostas para evitar desgastar a relação. Dessa forma o assunto deve ser tratado diretamente com o RH ou com o head hunter que estiver conduzindo o processo.
Lembre-se que você irá atuar na empresa. Portanto, tudo deve ser feito sem comprometer a relação. Pois ninguém sairá ganhando na situação onde o novo contratado já inicia sua jornada na organização com um clima azedo.
Veja então como responder a pretensão salarial na entrevista, o que evitar colocar no currículo e as 14 dicas para uma excelente entrevista de emprego.
Publicado em Outubro de 2020.