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Saiba como reagir/ responder a pretensão salarial na entrevista de emprego
Você já se sentiu em uma saia justa com tem que responder sobre sua pretensão salarial? Essa pergunta parece simples mas dependendo da sua resposta, é algo que pode te tirar do “jogo”. Da mesma forma, sua resposta pode surpreender o recrutador, possibilitando sua chegada ao final do processo, com o recebimento de uma proposta.
Quantas boas oportunidades você perdeu ao longo de toda a vida por responder essa questão de forma errada?
Sumário
É comum ver pessoas que se candidatarem para quaisquer vagas sem nem procurar entender mais sobre a oportunidade ou ao menos saber o porquê de deseja-la. Assim gerando perda de tempo e energia tanto do profissional quanto da empresa.
Vamos pensar um pouco. Se ficou sem interesse logo na primeira percepção sobre a vaga, por que se candidatou? Mesmo assim continuar no processo, participar de todas as etapas, ser chamado, negociar a proposta, para no fim deixar de aceitar a oportunidade?
Afinal, o que responder sobre pretensão salarial na entrevista? Primeiro, para ser mais assertivo na busca por novas oportunidades, sem desperdiçar seu tempo, é preciso responder a 3 perguntas:
Você está procurando uma oportunidade com melhor remuneração? Está em busca de mudar de área? Quer se devolver ou mudar de cargo? Ou ainda está fugindo de um gestor tóxico ou de um contexto pouco instigante? Qual exatamente é o seu principal motivo de querer se recolocar?
Foque em qualidade. Mais vale participar de uma seleção coerente com seus objetivos do que de 10 que pouco ou nada te agregam. Dessa forma, se você é daqueles indecisos e receosos que se dispõem as oportunidades pela esperança de apresentarem algo interessante mais para a frente, está só perdendo tempo.
Para sanar suas dúvidas e saber de fato se quer a oportunidade, pesquise com profundidade sobre a organização. No primeiro contato com o recrutador confronte as informações que encontrou e sane as demais dúvidas. Pergunte sobre o escopo do cargo, as oportunidades de desenvolvimento profissional, a rotina e a cultura da organização, a disposição da equipe atual, o perfil da pessoa a quem você deverá se reportar e os desafios da posição.
De nada adianta criar metas e objetivos surreais para sua carreira, almejando dar um passo maior do que a perna. Ignorando isso você pode até conseguir chegar onde pretende, mas a que preço?
Sem essa reflexão, você pode acabar trocando de organização, saindo de uma posição estável, onde tinha bons resultados, indo para outra onde terá um desempenho ruim ou no máximo mediano. Seguindo esse caminho, pela incapacidade de dar conta do recado, você acabará sendo dispensado em pouco tempo.
Também é importante lembrar que a constituição brasileira proíbe a demoção de cargo. Portanto se você se assume uma vaga de maior complexidade e amplitude que a sua, mas na prática deixa a desejar, a demissão virá em questão de tempo. Assim, o que deveria servir para alavancar a carreira, vira uma queda.
O “valer” que falamos aqui vai além do dinheiro. É sobre o quanto isso vai custar pra você em relação ao consumo de energia, felicidade, bem estar e saúde emocional e física.
Será que vale a pena ser o CEO da empresa, as custas de depressão, burnout e chegar infeliz em casa todos os dias?
Para responder essa pergunta é preciso analisar a fundo a proposta em jogo e todas as suas características. Assim como também entender a organização, seu modelo de gestão e valores inegociáveis. Por fim, colocar tudo na balança, contrapondo com suas metas, objetivos, plano de carreira, perfil pessoal e valores pessoais.
Após isso a balança deve ficar em equilíbrio, tendo coerência entre a posição e o candidato. De forma com que nenhum dos dois deixe a desejar para o outro, nada de ser um grande dreno de energia por exigir mais do que ele pode fornecer.
Primeiro ponto de extrema importância que vamos abordar aqui. Nunca, isso mesmo, NUNCA aborde o recrutador perguntando sobre o salário destinado a posição. Esse assunto deve aparecer por iniciativa da organização. O recrutador já tem previsto em seu planejamento o momento certo para falar sobre o assunto. Assim a negociação deve ser feita apenas após a proposta.
Nos expomos em situação de risco quanto tomamos a frente nesse momento. Pois cada vez mais a empresas procuram pessoas interessadas em fazer a diferença, participar de algo maior e deixar um legado. Desse modo a medida que o candidato aborda o tema, a organização entende que ele tem interesse apenas nos benefícios financeiros. Entretanto esse não deve ser o fator crucial na aceitação de uma proposta, mas sim a consequência dela.
Quando você é questionado sobre o pacote salarial atual e responde o valor exato, como foi perguntado, corre um grande risco.
Falar a sua pretensão salarial sem saber o orçamento destinado à posição, faz com que você possa perder a oportunidade sem ao menos poder falar que a aceitaria por um salário menor.
Ao dizer que você quer ganhar 100 e o recrutador tem um orçamento de 120, você ancorou sua remuneração pra baixo. Aliás, quando você diz 150 ancora sua pretensão salarial pra cima, o que pode ser eliminatório já na largada. Pois é bem provável que você nem seja chamado para as próximas etapas.
Existem situações onde o oferecido está abaixo de sua pretensão salarial ou salário atual mas mesmo assim há interesse por ser um cargo ou área nova, onde você quer uma porta de entrada, uma oportunidade para aprender. Quando isso acontece, sem um diálogo inicial antes de falar de cifras, você foi descartado sem ter a chance de dizer que está aberto a dar um passo para trás por enxergar benefícios futuros maiores.
Se a recomendação é evitar trazer cifras sobre última remuneração e pretensão salarial em uma primeira conversa, como responder a essa pergunta?
Para a pergunta: qual sua última remuneração, como bem ensina Daniel Porot, a resposta ideal é ‘valor de mercado’, ‘na média do mercado‘ ou variações nessa linha. Ou ainda, sendo verdadeiro, você pode dizer que essa informação é confidencial conforme o non disclosure agreement, da sua empresa atual.
Para a pergunta: qual sua pretensão salarial, a resposta mais do que ideal, é “depende do desafio”. Além de abrir portas para uma discussão futura, essa resposta deveria ser regra, pois como é que alguém pode falar em pretensão sem antes conhecer o contexto, os desafios e obstáculos a eles? Certamente a pretensão para fazer algo que você detesta é diferente da pretensão para fazer algo que você é fenomenal, assim como deveria passar longe da pretensão para fazer algo que você sonha e precisa de uma primeira chance.
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Publicado em Outubro de 2020.